O mundo plano

Ciência, política, cinema, economia, poesia... "A Romance of many dimensions"

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Curtas

Paradise regained

O aumento dos adeptos do criacionismo nas escolas e universidades quer inglesas quer americanas é um sinal preocupante. Há-os de várias confissões religiosas: Evangelistas, Muçulmanos, Batistas, Jeovás, etc. Parece que um estudo levado a cabo na Inglaterra revelou que a maioria dos estudantes de biologia acreditava no criacionismo e punha em causa o evolucionismo. Nas universidades de M
edicina na mesma Inglaterra, os estudantes islâmicos entretêm-se a distribuir panfletos sobre o criacionismo disseminando a "verdade" segunda a qual deus terá criado o mundo em seis dias - ressalvando, no entanto, que estes seis dias são metafóricos.
No futuro convém pensar duas vezes quando virmos um destes rapazes ou raparigas a empunhar um bisturi.

Pato-logia

Dick Cheney andava aos patos. Num tiro mais canhestro disparou sobre um amigo que com ele andava aos patos. O alvejado, um advogado de renome, foi parar ao hospital. O caso mereceu parragonas em todos os jornais e ocupou jornalistas e opinadores durante uma semana. O climax foi atingido quando Dick Cheney pediu desculpa em directo na Fox e assumiu toda a culpa do incidente. Belo, dramático, poético. Aguardamos as desculpas públicas de Dick Cheney pelas mortes no Iraque.


Sharia assim se deus quisesse
(tem que ser lido com sotaque Visiense)

Quarenta por cento dos Muçulmanos em Inglaterra não vê com maus olhos a implantação da sharia nas áreas em que eles constituem a maioria. A sharia é um sistema complexo de regras decalcadas dos ensinamentos corânicos e possui, entre outras coisas, pérolas como a pena de morte para drogados e passadores reincidentes, prisão para os alcólicos (suspeita-se que foi na Arábia Saudita que nasceram os alcólicos anónimos) e porrada nas mulheres quando estas pisam o risco, i.e., quando o guisado de borrego chega frio à mesa. E ainda a maravilhosa aplicação de uma versão exponenciada da lei de talião onde se prevê a decepação dos bracinhos dos ladrões com o refinamento de se cortar o braço ou a mão que roubou.
Mas a lei que eu mais gosto é aquela que prevê uma aplicação completamente revolucionária da inversão do ónus da prova: em casos de estupro a palavra do homem vale o dobro do testemunho da mulher. Isto é aritmética pura aplicada à ciência jurídica. Assim Alá (a Paz esteja com ele) o queira
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