O elogio do pessimismo
Caro Filipe
Regressei à política após o teu gentil e encorajador incentivo, mas não largo a poesia que é o que realmente me dá gozo (embora isto seja discutível em relação a terceiros).
Sei perfeitamente que és apoiante do Louçã e não andava a escrever estas coisas para te hostilizar ou para criar azedume.
Tento pronunciar-me sobre os acontecimentos de forma distanciada e analítica com uns floreados retóricos à mistura. Mas não sacrifico isso por nenhuma estratégia política. Devo-te dizer que o meu candidato é o Soares, mas quando o vi passar em frente de um restaurante perto do colégio de que ele é o legítimo proprietário e ser apupado por toda a gente que estava dentro desse mesmo restaurante percebi que as coisas estavam mal encaminhadas. A política por vezes socorre-se destes pequenos artíficios resultantes de uma fenomenologia prática. Por outro lado, quando vejo um gráfico que me dá ao longo do tempo valores acima dos 50 % para Cavaco deixo o cepticismo de lado e começo a aceitar as circunstâncias. Ao contrário de muitos eu acredito nas sondagens. Sou um pessimista metodológico.
Depois há a história em si mesma, que apenas uma vez nos deu uma segunda volta –em circunstâncias muito especiais - e normalmente tem levado os candidatos à primeira volta para o palácio de belém. Há sempre a possibilidade das coisas se transformarem e devemos acreditar nisso. Muito gostaria eu que cavaco perdesse estas eleições. No entanto eu considero que a campanha foi mal orquestrada e as opções foram as erradas.
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