Para acabar de vez com o nuclear (dos outros)
Só os ingénuos podem pensar que a atribuição do Prémio Nobel da Paz à Agência Internacional da Energia Atómica e ao seu líder Mohamed ElBaradei irrita minimamente os Estados Unidos. Como se viu no caso Iraquiano, contra o poderio militar da superpotência, os pareceres da AIEA não têm a sombra de uma influência. Bem pelo contrário, nesta conjuntura, a atribuição vem juntar-se à pressão que os Estados Unidos e os seus lacaios fazem sobre o Irão e a Coreia do Norte e, de caminho, dar o seu pequeno contributo ideológico na guerra contra o terrorismo. Mas pior que os ingénuos, só aqueles, comentadores e políticos, que dizem que a maior ameaça nuclear neste momento não são as superpotências (leia-se os Estados Unidos), mas sim os países pequenos. Que a dita potência tenha sido a única a lançar bombas atómicas até agora não os faz pestanejar. Como também não os incomoda minimamente que o maior promotor de guerra a nível global nas últimas décadas tenha sido os EUA.
A AIEA presta assim um contributo inestimável à política imperial dos EUA, servindo de suporte ideológico ao objectivo de garantir, a nível global, o monopólio das armas de destruição maciça para os países ocidentais e seus aliados. Max Weber apontou como um dos principais aspectos da génese do moderno estado-nação a garantia, por parte dos estados, do monopólio do uso da violência legítima. Assistimos a um processo semelhante, em que só alguns, na ordem planetária, é que podem legitimamente constituir uma ameaça de destruição em massa.
A AIEA presta assim um contributo inestimável à política imperial dos EUA, servindo de suporte ideológico ao objectivo de garantir, a nível global, o monopólio das armas de destruição maciça para os países ocidentais e seus aliados. Max Weber apontou como um dos principais aspectos da génese do moderno estado-nação a garantia, por parte dos estados, do monopólio do uso da violência legítima. Assistimos a um processo semelhante, em que só alguns, na ordem planetária, é que podem legitimamente constituir uma ameaça de destruição em massa.
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